quinta-feira, 21 de maio de 2009

 

Letícia Sabatella fotografa o namorado André Gonlçalves com fã 

André Gonçalves e Letícia Sabatella foram flagrados chegando ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio, na noite de segunda-feira (18). E, assim como os fotógrafos, os fãs também perceberam a presença dos artistas. Uma das fãs, inclusive, não perdeu a chance de ter uma recordação do intérprete do Gopal de Caminho das Índias, da Globo, tirando uma foto com ele. Na hora do clique, sobrou para Letícia Sabatella, que atendeu ao pedido sorrindo. Cláudia Raia, Carol Castro, Leandro, do KLB, Jair Oliveira e Tânia Khallil também passaram pelo aeroporto

terça-feira, 12 de maio de 2009

Leticia comentando o vazamento da cena do file Romance

segunda-feira, 11 de maio de 2009


Em visita a Natal, Sabatella fala sobre o seu trabalho como psicopata e os planos que tem para o futuro

A atriz Letícia Sabatella é apontada como uma das belas mulheres do país. Mas o conceito de beleza dessa artista vai  muito além. Serena no falar e incisiva nas defesas de bandeiras sociais. Letícia Sabatella vai muito além do glamour que cerca os grandes artistas.

Ela assume posição sobre a transposição do rio São Francisco, o cultivo da soja no Cerrado e a preservação das nascentes de rios. Mesmo que o espectador não concorde com as opiniões da atriz,  só em ouvi-la já percebemos uma postura pouco comum ao mundo artístico. Ela envereda pelos assuntos sociais e fala, muitas vezes, com o conhecimento prático de quem conheceu ou até vivenciou.

"A atitude do homem sobre o controle da natureza tende a um desequilíbrio. Volta e meia a gente já se depara com essas consequências do desequilíbrio. Um projeto de desenvolvimento que visa novamente a exportação de nossas riquezas a um custo não paga o dano ambiental que isso provoca", comenta a atriz, que veio a Natal participar do encerramento da Semana da Beleza, promovido pelo Natal Shopping e O Boticário.

Sabatella está atuando na novela "Caminhos da Índia", da Rede Globo de Televisão, onde interpreta uma   psicopata. A atriz estudou sobre a psicopatia e chega a concluir: o sistema contribui para o surgimento de psicopatas. "Todos nós temos traços que vão a um grau de manipulação, de egoísmo, de mentira", diz a artista.

A convidada de hoje do 3 por 4 é uma atriz que fala com simplicidade, serena no agir e meiga na expressão. Com vocês, Letícia Sabatela:

Por estudar e agora interpretar uma psicopata você tem medo ou você tem pena dos psicopatas?
Eu estou em processo com essa coisa de psicopata. O que eu achei mais interessante nisso, conversando com uma psicóloga, é que ela disse acreditar que todos nós temos traços que vão a um grau de manipulação, de egoísmo, de mentira. Todos nós temos traços disso. E de algum modo a gente pode manipular em algum grau. A questão é o meio também como ele pode favorecer a tendência, se desenvolver ou não. O que eu acho mais interessante para mim é observar o que existe disso que possa ser dilatado, contido e ter isso na consciência. O que tem de traços. Temos é que ficar atentos, em si mesmo. E é preciso olhar no outro dessa maneira também. Existem estágios, momentos em que você não vai conseguir conviver com a pessoa, não será possível conviver (com o psicopata). Em algum estágio talvez seja possível educar, transformar. Ninguém nasce 100% psicopata. Isso é claro e me dá um pouco de alívio. Eu acredito na humanidade, nos valores de transformação, acredito que as pessoas estão para se tornarem melhores. Mas existe a psicopatia e a melhor maneira de tratar é de modo bem holístico, tratar no sistema, com valores sociais, com adultos que possam neutralizar isso. Um sistema benéfico, que busque o equilíbrio, que não seja psicopata, que faça cidadãos, será capaz de neutralizar muito melhor a ação de um psicopata, do que um sistema que favoreça a competição, o lucro absurdo e imediato sobre pessoas que são sugadas, exploradas. A gente vive em um sistema que favorece o psicopata, a gente dá prêmios para quem tem muita riqueza. Na hora que a gente conseguir valorizar o ser humano que pense de outra maneira, aquele que pense mais pacificamente, teremos algo diferente. Sempre que existir poder terá psicopatas ali. É muito próximo. Uma pessoa está buscando ter o controle dos outros, está solto, está tirando vantagem. É natural que o sistema favoreça mesmo. Em sociedade competitiva aumenta a quantidade de psicopatas.


Qual a reação das pessoas com você nesse momento em que está interpretando uma vilã?
As pessoas têm muito respeito por mim. Mas todo mundo fala que tem muita raiva da Ivone (personagem interpretada por Letícia Sabatela).


Como você trabalhou para compor o papel de psicopata?
Tiveram várias coisas. Tem uma psiquiatra que é a Ana Beatriz que orienta a própria Glória (Glória Perez, autora da novela), filmes. Estou sempre vendo, sempre estudando. Tem um livro Travessuras da Menina Má (de Mário Vargas Llosa) eu também li. É muito legal de ler. Puxa tanta coisa do começo (da novela) até aqui. Li livro da Ilana Casoy que escreveu sobre serial killer.


Você é uma artista que assume muito a postura política, de tomar partidos em questões sociais, como foi o documentário feito com os índios.
Sempre me incomodou a sensação após alguma situação de dizer: puxa eu poderia ter feito alguma coisa e não fiz. A gente tem impulso, mas acha que não é da nossa alçada fazer alguma coisa. As vezes há situação onde alguém se põe na vida da gente e pede para ajudar. E se você fala: se há algo essencial nesse momento, e aí a gente vai estar em contato com algo verdadeiramente belo, então é nesse lugar que eu vou. E aí você, realmente vai. O impulso é apaixonado, mas não é cego. Ele é amoroso, é um ímpeto que lhe mobiliza, lhe tira do comodismo, de aceitar simplesmente como elas são e o que cabe a sua casta imaginária fazer ou não fazer. Mas é aquela pulsão artística e bela. Acho que é uma pulsão que vem de presença de espírito e você executa.


O que você destacaria nessas suas incursões com posturas políticas? Seria o caso de dom Cappio (o bispo baiano que fez greve de fome para protestar pela transposição do rio São Francisco)?
Acho que é preciso acreditar mesmo. No caso de dom Cappio, por exemplo, eu tenho observado e acompanhado vários movimentos populares. Tenho visto coisas que se avançam, coisas que se mantém do mesmo jeito e não mudam desse estado muito conservador que a gente ainda preserva no nosso país. Qualquer governo que entrar vai se deparar com esse estado. Como tenho acompanhado várias coisas, tenho visto várias lideranças indígenas, ribeirinhas, movimentos atingidos por barragens, protestando contra as mais de 30 barragens que vão ser feitas ao longo do Tocantins. Fiz um documentário de quase quatro anos com a tribo do povo Crau, onde eu vi a importância de se preservar nascente de rio. A atitude do homem sobre o controle da natureza tende a um desequilíbrio. Volta e meia a gente já se depara com essas conseqüências do desequilíbrio. Um projeto de desenvolvimento que visa novamente a exportação de nossas riquezas a um custo não paga o dano ambiental que isso provoca.


Você está se referindo a transposição do rio São Francisco?
Estou falando da transposição e de vários empreendimentos do PAC, que são coisas de algum modo como a gente vai pagar o custo ambiental dessas coisas? Não será dessa maneira. Como pensar em um projeto de desenvolvimento que seja sustentável de fato? Que não esgote as nascentes do rio, que não esgote a diversidade do cerrado, que não alague as terras com barragens. Aí eu associo a busca da arte com a questão ambiental. Acho legal no projeto de cultura ter os pontos de cultura, participei do lançamento do Plano de Cultura, é um plano que traz avanços em virtude do que a gente viveu na ditadura, por exemplo. Mas, no entanto, quando a gente vê a situação dos índios, onde para eles participarem do ritual eles podem levar falta na escola, mas o ritual é a cultura deles. A monocultura da soja está destruindo o cerrado, está destruindo a diversidade das plantas que são remédios, alimentos. Isso altera a língua. Quando você substitui a diversidade do juriti, do buriti, do piqui e simplesmente coloca soja acaba com a língua também.


Você está mais decepcionada  com a passividade das pessoas ou com os agentes políticos?
Eu não entendo essa palavra decepção nesse momento. Não existe tempo para decepção nesse sentido. Claro que decepção segue de uma nova reflexão e de um novo curso que se pode tomar em outro movimento. Acredito que de algum modo esse Governo foi formado pelos movimentos sociais, que de algum modo estão vinculados a ele. O estado antigo que estamos em nosso país, que é colonial, que ainda tem na sua manutenção escravos, você vê que esse é um estado que ainda mantém as coisas como estão. Temos de fazer a reforma agrária. Enquanto isso não muda nós temos um Estado que mantém tudo. Todos os Governos que entram acabam sendo absorvidos por esse Estado.


Você veio a Natal participar de um evento de beleza e é indicada como uma mulher bela. Onde está a beleza das pessoas?
Acho que a beleza das pessoas está no que reflete o olhar delas, no ponto de vista do que elas representam e o que elas são.


Você se acha uma mulher bela?
Se a gente for ver a beleza de forma abstrata ela é uma busca como você busca a arte, Deus, alegria, amor, como se busca verdade. Você vai praticando não a beleza absoluta, mas se tornar uma pessoa bonitinha, como diz minha filha. Quando ela (a filha) era pequena ela dizia: você é bonitinha, minha amiga é bonitinha, as montanhas são bonitinhas, o mundo é bonitinho. Alguém pode falar que o mundo tem contrastes e essa não seja a realidade. Mas as pessoas podem dizer isso, talvez, pela falta desse olhar. Talvez se a gente tiver um olhar para o mundo onde a gente reflita sobre ele de maneira bela e pense nisso de forma duradoura, que isso não acabe, não se esgote, não se transforme em algo frio e calculista, algo que represente só números. Enquanto a gente olhar a beleza no que há de mais orgânico e essencial, olhando claramente para isso, na forma de viver, de levar a vida com mais simplicidade, com mais saúde, mais contato com a natureza, com alimentação saudável, tenha arte, que tenha a expressão do belo, aí a gente vai estar em contato com a beleza, com pessoas belas, praticantes da beleza. A gente é o que a gente pratica.